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Era dinheiro de cafezinho

Por: Claudecir Bianco
Teólogo e Missionário

O Brasil que não cuida das pessoas, que não cuida das suas cidades, também não cuida das estruturas que guardam sua história.

O Brasil que deixa padecer o cidadão que paga seus impostos, gasta milhões para manter uma estrutura ‘organizacional’ de incompetentes.

O Brasil que há muito tempo vem esbofeteando a população, desviando dinheiro público, agora se vê num passo acelerado à bancarrota.

Se podemos pensar em algum culpado, relacionado ao descaso e consumação final do museu nacional, destaco que não são só os governantes, mas a própria população que, no desejo de achar um ‘salvador’ para a pátria, elege vigaristas para comandar a nação.

Não estou falando de um ou outro governo, é este e foram todos os que o antecedeu.

O dinheiro que deveria ser investido na manutenção deste museu é comparado ao cafezinho que uma determinada pessoa, na administração de uma empresa (sem ser administrador, é claro!) decide ‘cortar’ para conter as despesas.

Agora pergunto:

  • Onde está a ‘importância’ da prevenção?
  • Se tudo era de fato ‘importante’, o que aconteceu?
  • Se havia brigadistas… o que aconteceu?
  • Se havia peças de valores ‘inestimáveis’ por que não foram cuidadas com a devida atenção?

Quem, em sã consciência, deixaria algo de valor ‘inestimável’ sujeita à uma situação crítica como esta, num lugar em estado deplorável, somente alegando que o outro que deveria cuidar não está cuidando.

Isso tudo, está muito no início e não quero concluir nada, mas toda esta história ainda está muito mal contada!

Que seja balão, Dilma, Lula ou outro qualquer, o que vemos é um bando de incompetentes por todos os lados.

Vemos que a nossa cultura só parece ser genuína, e de alguma importância, quando as perdemos.

Estou triste com tudo isso!

Estou triste com pessoas que choram pelas obras e pelo próprio museu.

Mas também estou triste pelas vidas que se findaram no desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida no centro de São Paulo.

Estou triste em morar num país, onde pessoas morrem por ‘balas perdidas’.

Onde os mais pobres continuam padecendo do misero centavo de cada dia!

Estou triste em perceber que a mudança estrutural em nosso país está muito distante de acontecer, e que a situação medíocre vai prevalecer nas próximas eleições.

Estou triste por poucos receberem muito e muitos receberem pouco.

Estou triste por ainda ter muitas pessoas que vivem nas ruas, nas praças, nos prédios abandonados, pelas pessoas que morrem todos os dias.

Estou triste por termos ‘memória curta’, e daqui a pouco, este assunto não fará parte das nossas conversas.

Estou triste por que só ‘choramos’ quando o ‘leite derrama’.

Estou triste pela história que se perdeu…

Mas estou mais triste pela história que, como nação, estamos escrevendo!

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*Crédito do foto: Francisco Proner Ramos – Estadão

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